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Marcus Garvey- Movimento Rastafari


Marcus Mosiah Garvey

Marcus Mosiah Garvey nasceu em 17 de agosto de 1887 na Baía de Santa Ana,Jamaica. Aos 14 anos de idade, largou a escola e foi trabalhar com seu padrinho que complementou sua educação e lhe deu emprego como aprendiz da gráfica. Garvey tinha paixão por livros, gosto que herdou do pai, um culto maçom e seu padrinho, dono de uma biblioteca particular da qual Garvey fez muito uso durante sua educação. Participou das primeiras organizações nacionalistas da Jamaica, e, em 1908, fez parte de uma greve promovida pelo sindicato tipográfico, seu primeiro movimento sindical. Como resultado da greve, perdeu seu emprego e foi colocado em uma lista negra dos empregadores privados da Jamaica. Contudo, conseguiu emprego na imprensa do governo.Na Jamaica, decidiu viajar pela América Central e do Sul onde tomou contato com a situação deplorável e calamitosa dos negros nessas localidades. Viajou em 1910 para a Costa Rica, tendo trabalhado como fiscal em uma plantação de bananas onde, dentre outras coisas, pôde observar de perto a situação dos negros nesse país. Decidiu que iria mudar a condição de vida dessas pessoas. Continuou suas viagens trabalhando e observando a situação do negro por regiões como o Canal do Panamá e em países como Equador, Honduras, Nicarágua, Guatemala, Colômbia, Chile e Peru. Em todos esses países, viu os negros sofrendo com o desemprego e passando fome e miséria, além, é claro, de sofrerem sobremaneira com o preconceito racial. Após suas viagens, voltou à Jamaica e apelou ao governo colonial jamaicano que fizesse algo pela situação dos trabalhadores nesses países, mas nada conseguiu do seu governo.


O MOVIMENTO RASTAFARI
A filosofia Rastafari se expandiu muito na década de 30 sob forte influência dos discursos inflamados de Marcus Garvey. As idéias de Garvey encontraram eco entre os líderes religiosos da Jamaica e ele ganhou fama de profeta. Sua pregação combinou-se a uma interpretação livre da Bíblia, especialmente do Velho Testamento. Garvey e seus seguidores identificavam-se com a história das tribos perdidas de Israel, vendidas aos senhores de escravos da Babilônia. Essa metáfora inicial gerou uma série de imagens simbólicas que se tornaram constantes na tradição oral dos rastas: “Babilônia”, “Zion”, .Das profecias atribuídas a Marcus Garvey, previa-se que um Rei Negro seria coroado na África e que esse rei seria o líder que conduziria os negros do mundo inteiro `a redenção. Quando, em 1930, Ras Tafari Tafari Makonnen foi proclamado rei da Etiópia, adotando o pomposo título de “Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Sua Majestade Imperial, Leão Conquistador da Tribo de Judá, Eleito de Deus”, os líderes religiosos e seguidores de Garvey na Jamaica reconheceram nele o Rei Negro de que o profeta havia falado. Ras Tafari, que adotou o nome de Haile Selassie I, proclamava-se legítimo herdeiro da antiga linhagem do Rei Salomão (que teve um filho com a rainha do reino etíope de Sabá) e seria o messias que libertaria os negros do mundo inteiro e os levaria de volta à terra de seus pais. Mais do que isso, ele passou a ser considerado por esses pregadores a própria encarnação de Deus, que, segundo sua interpretação da Bíblia, haveria de ser negro. Um trecho do Apocalipse de São João foi invocado como confirmação do destino do novo Rei da Etiópia: “Não chores! Eis aqui o Leão da Tribo de Judá, a raiz de David, que pela sua vitória alcançou o poder de abrir o livro e desatar os seus sete selos” (5:5).
Quando se fala de Jamaica e de Rastafari, impossível não mencionar Bob Marley e sua música,  que foi completamente influenciada completamente pelo movimento Rastafari e, consequentemente, por Marcus Garvey. Abaixo disponibilizamos uma apresentação de Bob Marley de sua canção AFRICA UNITE (com legendas traduzidas), onde podemos perceber claramente ambas influências: o conteúdo pan-africanista (Garvey) e da filosofia Rastafari.

O rastafarianismo, também conhecido como movimento rastafári ou Rastafar-I (rastafarai) é um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I (1), imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus). Este termo advém de uma forma contraída de Jeová encontrada no salmo 68:4 na versão da Bíblia do Rei James, e faz parte da trindade sagrada o "Messias" prometido. O termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes de sua coroação